domingo, 20 de junho de 2010

Destino de água














Uma torneira aberta que derrama em vão a água límpida e fresca da manhã
Uma torneira esquecida ou ignorada
Um turbilhão de esforços em vão
Até quando?

Gotejamento de amor amornam a cálida tarde vazia
Refresco para o céu aberto
Rouba o sol um pouco de seu
transporta ao ar um nobre véu
Feito de perfume e paciência
Cuidado, bordado a mão em fios da história diária

À tarde a torneira está morna, sua água, sem destino

Transbordamento em atos, gestos, sons, cheiros, sombras e luz
O solo recebe a água empapuçado
E mesmo não sendo este o destino devido, rouba-lhe um manto
Feito de força e coragem, cuidado
Estampado de loucura e mansidão

Translúcidas gotas sem caminho...
Chega a noite...
Há quem pense que estrelas virão
E seu brilho fará lumiar e resplandecer a água que corre
Enganam-se esses

Tenha certeza agora
O brilho que lá se encontra foi roubado dessa água sem destino
Que mesmo não sendo assim o querer, pôde emprestar um lindo vestido à noite
Feito de ouro e prata, de pureza e verdade