sábado, 15 de agosto de 2009

Do barro, da vida


Não, nem tudo está em suas mãos.
Há o pouco, o punhado de areia que escapa seca, fina e branca.
Há também o barro úmido que não se esvai e deixa partir somente a água que parte e o deixa em partes ressequidas.
O barro só se vai após a água partir, seco sem algo que o faça inteiro.
Das partes que somos, secos, partimos, nos espalhamos pulverizados.
Talvez fazendo parte de outra parte, talvez perdidos em partes soltos e ínfimos.
Mas há a chuva que sempre vem e de tempos em tempos recolhe os grãos, o pó, os despedaçados.
E novamente há o barro, o ciclo.
Vida que retorna em partes de tantos.
Tantos que repartem vida a muitos.
Muitos que nem sabem que vivem
Vida que reparte vida.

Um comentário:

  1. Nem tudo ou nada?
    Sempre acontece o desvio, o desatento, o hiperativo que esbarra no barro borrando o equilibrio, nas mãos pulamos sem cair fora, corremos em circulos, dormimos aconchegados um bom lugar para depositar fé... Nas mãos, o peso em parte tolerancia, em parte amor, amor em mãos, cuidando um do outro. Com carinho e respeito, tolerante perante a dor de todos os nossos dias, de todos os dias do passado passando a mão polindo e abraçando com o coração, para ver o sol sem ter que esperar o próximo verão. beijos menina dandê ^^

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