sábado, 6 de março de 2010

Rainhas e bufões


Ninguém deveria querer lutar com rainhas.
Elas são e pronto.
Umas vez nomeadas, assim serão eternamente, mesmo sendo o eterno grande demais.

Mas o que seriam as rainhas ?
As que detém o poder, soberania, e altivez ?

Talvez não, talvez mais.
Talvez sejam aquelas que detém a atenção e honra dos pobres bobos da corte.
E nas suas piruetas e folguedos a enredam em graça e privilégios.

Bufões, arlequins dissimulados que se esgueiram pelos úmidos córregos margeadores das pequenas vilas e cidadelas do reino.
E a vida flui, no mesmo córrego, no mesmo ritmo, na mesma tonalidade esverdeada e fria.

Em suas firulas e estratégias os bufões falam do ridículo.
Espalham verdades
Espelham absurdos
Esmeram na graça da desgraça,
da própria desgraça, do próprio infortúnio.

E onde as rainhas?
Do mais alto quarto de sua mais alta torre, ela adormece.
Seu sono de rainha, seu sorriso de princesa.
Num coração de menina num mundo de faz-de-conta.

As cores dos bobos divertem,
Seus modos transgridem a paz empoeirada do castelo
O bolor de cada canto é deflagrado com sua música

Vamos, levante-se!

As rainhas permanecem, os bobos são volantes
De acordo com sua esperteza e sagacidade eles se demoram mais ou menos em seus postos...
- Cortem sua cabeça!
Por falar demais,
cantar demais,
colorir demais

Traga outro, ao menos mudam a fantasia...

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