domingo, 4 de setembro de 2011

Pasta


Fome.
Uma fome que não era fácil de saciar.
Uma fome daquelas que precisa de tempo, fôlego, daquelas que se precisa de dois estômagos, um pra digerir, outro pra ruminar.

E foi pela cor que comecei meu saciamento.
Cores e formas. Um sabor de mangericão, pimenta-do-reino, sal.
Um gosto caseiro, azul, amarelo.
Iniciei o cozimento da pasta, que ainda em ninho instiga meu apetite.

Dispostos transitam entre dois lados.
Revivem a cada matiz.
Renascem de dentro pra fora.
São eles então que me saciam e me instigam.
Ninhos dispostos entre o céu e o inferno.
Entre o dia e a noite.
Entre o estar e o pertencer.
Fazendo clareira entre seu mundo, o meu mundo.
Fazendo poeira de luz e cor, vagabundo.
Tratando do resto de forma digna, explícita, lícita.
Nascendo bufão para ser coroado como imperador.


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