segunda-feira, 20 de abril de 2009

Cínicos, cegos e loucos

Definitivamente não gosto do cinismo, do não enfrentamento, da covardia, do disfarce.
Prefiro a loucura ao cinismo, a verdade à mentira, a dor ao medo.
Busco o enfrentamento, mesmo que cego, da luta que muitas vezes se esvai sem frutos.
Prefiro a dor lancinante da espada que penetra profunda no peito a mentira que rasga sem precedentes os sentimentos mais puros e as verdades mais sinceras.

Não gosto de frases feitas, pensamentos roubados, verdades sem fundamento. Não gosto de dívida, dádiva, permito a dúvida, prefiro a dúvida. O que seria de nós sem dúvida ? Certezas incertas de deuses estáticos que de tão senhores de si não permitem a dúvida, não permitem a vida, não vivem a não ser em seu mundo de certezas podres e gastas.

Eu me permito tentar, me permito buscar, me permito errar. Busco incessantemente novos ângulos e visões de certezas que se assombram senhoras de si e as testo, sem piedade. E se das provas temos resultado positivo elas permanecem então por mais tempo, de pé, sempre vigiadas de perto.

Só me entristece saber que ninguém escapa da mentira e da falsidade. Mentimos a nós mesmos, em busca de uma felicidade que não se sabe o que é. Mentimos ao outro. Forjamos. Somos todos cínicos, cegos e loucos.

Das poucas certezas que tenho uma é que nada sei, que tudo é mutável, tudo evolui, e eu também.

Um comentário:

  1. Mutável e evolui... Só que é bom deixar andar e tomar o controle da nossa vida, dos próprios passos. Verdades ou mentiras, é o que você pode ver ou o que quer ver?
    A vida é uma "eterna" coleção incertezas.

    E sempre vamos crescendo e aprendendo.

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